Relacionamento: pode o amor virar ódio?

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Paula e Pedro eram casados há 15 anos, e da união tiveram dois filhos. A diferença de idade entre eles era grande. Por ser bem mais velho, Pedro transformou-se em uma espécie de “pai rígido”, que ditava as regras do relacionamento, e Paula obedecia. Ela era aquela menina que se casou com o primeiro namorado, e que não tinha voz.

O tempo passou e Paula amadureceu, estudou e se formou. Como resultado de seu empenho, conseguiu um emprego e se tornou mais confiante. Agora ciente da sua importância no lar e na criação dos filhos, Paula passou a ter voz, e a ocupar um lugar antes ocupado apenas por Pedro.

 

O amadurecimento de Paula assustou Pedro. Ver a esposa tomar decisões antes tomadas apenas por ele deixou-o agressivo e inseguro.

De início, Pedro pronunciava palavras de baixo calão, passando em seguida à agressões físicas, geralmente na presença dos filhos. Um dos filhos, ao tentar proteger a mãe, acabava por vezes também agredido, verbal e fisicamente.

Por causa dos frequentes conflitos, desenvolveu-se uma forte rejeição dos filhos com o pai. Como consequência disso, Pedro passou a castigá-los com maior severidade, prejudicando ainda mais a saúde da família e a harmonia do lar.

 

E você, leitor(a), identificou-se com essa história? Ou conhece alguém que esteja passando pela mesma situação?

A agressividade entre os cônjuges sempre trará reflexos negativos na vida dos filhos. Certamente situações como essa são mais comuns do que se imagina, e o fim de um relacionamento pode se manifestar de várias formas. É importante ter maturidade para encontrar a melhor alternativa para sair de uma relação assim.

Desvencilhar-se de uma relação tão danosa e, ao mesmo tempo, aprisionante, parece algo bem difícil e sofrido. Entretanto, com o “divórcio humanizado” esse processo pode ser bem menos doloroso para todos os envolvidos.

DIVÓRCIO HUMANIZADO e DIVÓRCIO JUDICIAL: QUAL A MELHOR OPÇÃO?

Nos dias atuais, o divórcio não é mais sinônimo de guerra entre casais, e o Judiciário já não mais é apenas um meio de vingança da parte inconformado com o fim da relação.

Por outro lado, o advogado de família tem o dever de transmitir às partes que mais vale um entendimento amigável do que uma sentença judicial. Isso porque os impactos de uma disputa judicial refletem sobremaneira os membros da família.

A busca por mais diálogo na resolução de conflitos familiares deu origem aos centros de conciliação e mediação familiar. O conciliador e o mediador são responsáveis pela análise da origem dos conflitos, e pela construção de soluções conjuntas.

Os conflitos existente em audiências de divórcio são, em geral, retaliação da parte que se sentiu rejeitada, oprimida ou traída. Em muitos casos, as falas iniciais não refletem, claramente, os principais motivos de angústia e insatisfação das partes.

VANTAGENS DO DIVÓRCIO HUMANIZADO

  1. Celeridade : Enquanto o divórcio judicial pode durar até anos, o extrajudicial poderá levar somente alguns dias.
  2. Custos : O divórcio judicial é mais oneroso que o realizado por acordo extrajudicial ou pré-processual, por ser mais trabalhoso e demandar mais tempo. Já no extrajudicial, ambas as partes podem ser representadas por um mesmo advogado, o que já reduz custos.
  3. Na mediação e conciliação são as partes que chegam a um consenso, não necessitando que um terceiro decida suas vidas.
  4. O acordo é bem menos desgastante, e evita que o patrimônio do casal seja deteriorado pelo cônjuge que fica na administração do patrimônio até que se resolva a briga na justiça.
  5. O acordo torna o divórcio menos traumáticos para os filhos, pois com a briga entre os pais, os filhos podem pender para um lado ou outro, e isso provoca problemas emocional grave aos filhos. Vide texto “Separação sem Traumas”, no link https://serenoadvogados.adv.br/separacao-sem-traumas-para-os-filhos/.
  6. O divórcio humanizado evita que uma das partes, que não quer perder o vínculo, utilize a briga como um ponto de contato. Isso torna o divórcio mais doloroso ao cônjuge que não quer se desvencilhar do outro, e aos filhos do casal, que estão em meio ao fogo cruzado.

  7. O litígio deixa a emoção falar mais alto que a razão. As brigas e rixas, por exemplo, tornam o divórcio um processo destrutivo para toda a família.
  8. Os acordos evitam o cansaço da demora do processo e a excessiva exposição da vida do casal. Então, diante do estresse, é muito mais vantajoso fazer um acordo.

Como falado, a dissolução da relação conjugal pode ser realizada também via extrajudicial, com celeridade e segurança. Para isso, é preciso que haja consenso, e que o casal não tenha filhos menores ou incapazes. Não obstante, a via administrativa não é obrigatória. Mesmo presentes todos os requisitos para isso, sempre será possível buscar o divórcio na Justiça, embora não seja o meio mais ágil e menos oneroso.

Assim, concluímos que desjudicializar o divórcio é a forma mais rápida e econômica de dissolução do matrimônio. Felizmente vivemos uma nova realidade por meio de uma Justiça cada vez mais humanizada.

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