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Black Friday: riscos jurídicos para e-commerces e como evitá-los de forma estratégica
A Black Friday e os riscos jurídicos para e-commerces são temas que merecem atenção imediata, especialmente porque essa data concentra um dos maiores volumes de vendas do ano no comércio digital. Embora seja uma excelente oportunidade para aumentar o faturamento, ela também pode gerar problemas legais significativos quando as empresas não se preparam adequadamente. Portanto, compreender esses riscos e agir preventivamente é essencial para evitar multas, processos e danos à reputação da marca.
1. Ofertas enganosas (“metade do dobro”)
Muitas empresas, ainda que sem intenção, acabam praticando descontos falsos durante a Black Friday. Isso ocorre, por exemplo, quando o preço é elevado dias antes da promoção para depois aparentar uma grande redução. Contudo, essa prática configura publicidade enganosa e pode resultar em multas, ações judiciais e danos à imagem.
Como evitar:
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Mantenha registros reais dos preços anteriores.
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Comprove o desconto apresentado.
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Seja claro e transparente em todas as comunicações.
Dessa forma, a empresa evita acusações de fraude e transmite credibilidade ao consumidor.
2. Falta de clareza nas condições de compra
Além dos descontos, o que mais gera reclamações são informações incompletas ou confusas sobre frete, prazos de entrega, formas de pagamento e políticas de devolução. Ou seja, quando o consumidor não compreende integralmente as condições, os riscos de judicialização aumentam.
Como evitar:
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Informe todas as condições antes do checkout.
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Use linguagem simples e objetiva.
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Evite letras pequenas ou termos ambíguos.
Consequentemente, reduz-se a margem para reclamações no Procon e em plataformas como Reclame Aqui.
3. Problemas de estoque e atraso na entrega
Quando o e-commerce não se prepara logisticamente, surgem falhas como produtos indisponíveis e prazos descumpridos. Isso gera indenizações e prejudica a reputação.
Como evitar:
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Monitore o estoque em tempo real.
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Ajuste prazos de entrega com base na capacidade real.
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Tenha parceiros logísticos confiáveis.
https://www.procon.sp.gov.br/ (Procon – órgão de defesa do consumidor)
4. Direito de arrependimento
O CDC determina que em compras online o cliente possui 7 dias para desistir do produto após o recebimento. Por outro lado, muitos e-commerces não possuem uma política clara de devolução, o que gera conflitos e perda de credibilidade.
Como evitar:
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Publique uma política de devolução completa e acessível.
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Capacite a equipe para atender rapidamente aos pedidos.
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Facilite o envio e o acompanhamento da devolução.
Dessa maneira, a empresa cumpre a lei e reduz atritos com o consumidor.
5. Proteção de dados (LGPD)
Com o grande volume de compras, cresce também a quantidade de dados pessoais tratados. Entretanto, falhas no armazenamento ou vazamentos podem gerar multas altas e danos irreparáveis à reputação.
Como evitar:
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Utilize plataformas e gateways de pagamento seguros.
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Proteja senhas, dados pessoais e informações financeiras.
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Informe claramente como os dados serão coletados e utilizados.
Posteriormente, mantenha auditorias e revisões internas para reforçar a conformidade com a LGPD.
Conclusão
A Black Friday pode gerar resultados excelentes, desde que o e-commerce esteja preparado juridicamente. Portanto, investir em planejamento, compliance e transparência não é apenas uma recomendação, mas uma necessidade para garantir segurança e evitar processos.
No Sereno Advogados, auxiliamos empresas do comércio eletrônico a se preparar para a Black Friday desde análise de riscos até revisão de práticas comerciais e políticas internas.
Vai participar da Black Friday com sua loja online? Fale com nossa equipe e receba orientações jurídicas para proteger seu e-commerce e aumentar suas vendas com tranquilidade.

Possui Pós Graduação em Advocacia Trabalhista, pela Rede de Ensino LFG. Atua principalmente na área de Direito do Trabalho há 10 anos.
Assessora micro e pequenas empresas sobre como se prevenir de demandas trabalhistas de acordo com a lei.



